Era tudo tão simples antes de você.
Mas um belo dia você chegou meio sorrateiro, como quem não
quer nada e foi ocupando o lugar, ganhando território, primeiro com um sorriso,
depois com um beijo, e até com o jeito de falar, quando dei por mim você já
tinha ocupado mais que um espaço pequeno em meus pensamentos...
Havia ocupado uma porção imensurável de mim e com seu jeito
malandro, foi conquistando territórios que nem mesmo o maior dos exércitos na
mais duradoura batalha conseguiria conquistar.
Minha alma reconhecia a sua, seus trejeitos, sua escrita,
seu cheiro, e até mesmo seu jeito de me enganar, e quando assumi que havia
perdido a batalha, perdido a guerra, e quando levantei a bandeira branca e me
entreguei, você, como um grande guerreiro, conquistador de territórios
desbravados, se foi.
E era assim, e foi assim com o passar dos dias, das semanas,
dos meses, dos anos que fui reconhecendo e confirmando cada vez mais seu jeito
de jogar, suas táticas de guerrilha e suas artimanhas para me conquistar, toda
vez que percebia que poderia me perder você voltava do jeito mais sedutor
possível, falava tudo que eu queria ouvir, me conquistava só para mostrar quem
estava no comando e como num Déjá vu infinito partia novamente...
E eu por um tempo acreditava em suas promessas, nas palavras
lançadas, que prometiam um futuro lindo, mas que nunca iria chegar, como um
viciado em desintoxicação por um curto período ficava com raiva, e por vezes
chegava a te odiar, e às vezes me questionava se era prazer o que você sentia,
todas as vezes que partia meu coração, talvez não, talvez nem soubesse que era
assim que eu sentia, e que ainda sinto.
Mas você voltava, e usava as mesmas palavras doces de sempre
e as mesmas promessas e eu mais uma vez me enganava, me rendia a você, com todo
os meus sonhos, meu coração e a minha alma...
E eu me perguntava, por que continua a quebrar meu coração?