Às vezes, via sua vida! Como num cinema mudo, sem a
percepção de que realizaria ou sonharia novamente com as coisas que sempre
desejou. Era como se houvesse perdido a perspectiva, passava dias e noites
tentando se acostumar com a triste ideia de que seria apenas ele pelo resto de
seus dias. Via as pessoas ao seu redor, vivendo, e por vezes sentia-se como uma
massa inerte, isolado em seu mundinho sepulcral. É como se sua alegria não
bastasse ao mundo, como se a sua vontade e seu desejo de vivenciar coisas
simples fossem sufocados, não pela sua falta de coragem, mas pela ausência
total de pessoas dispostas como ele, ou dispostas a ele. Os amigos, bem eles
estavam por toda a parte, vivendo suas vidas, fazendo suas descobertas, lutando
por um espaço, exatamente por aquele no qual às vezes queria fazer parte, mas
se sentia tão inapropriado, ou tão obsoleto que havia desistido de pertencer.
Pertencimento, talvez fosse este o sentido que lhe faltava, pertencer à algo, à
algum lugar. Sentir já não era o suficiente, já não sentia mais nada fazia
algum tempo, talvez a solidão em excesso e as perspectivas de que poderia ter
sido feliz o iludiram tanto, que quando viu que isto não chegaria a sua
realidade, se deu conta que o único sentimento à que estava preso era a tristeza.
Poucas vezes se sentiu desejado, acho que nunca foi de fato amado. E isso
dificultava ainda mais o processo, mas sabia que estava no caminho, em breve
teria que se acostumar e aceitar que de fato seria assim: ele e apenas ele.
Teria que se amar. Teria que apreender a aceitar a única companhia que lhe
bastava. A sua.
Estado de espírito de quem se deixa levar por lembranças, sonhos e imagens: passar as horas em devaneio. Sonhos, quimeras, fantasias, ficções…
sexta-feira, 5 de julho de 2013
quinta-feira, 27 de junho de 2013
E quando amar cansa?
É, acho que ando assim, cansada de amores impossíveis, amores improváveis, inventados...
Estes dias estava pensando, existem tantas ditaduras, a da magreza, a da beleza, a digital, e diria que a do amor... afinal ele está em todo lugar, até mesmo nos comerciais de margarina não é mesmo?
Todo mundo ama o tempo todo, ama o próximo, ama o amigo, a mãe, o pai, o filho, o namorado, o marido, a vida, o céu, a natureza, poxa, mas será? Que questionamento, enlouquecedor, não sei, as vezes fugir a esta regra pode significar que você não seja tão condicionado assim. De verdade? Este amor cristão anda me cansando ultimamente, não que não ame aos meus próximos e todas as causas belas da vida, mas talvez não faça mais disso minha prioridade sabe...
Devem estar pensando: coitada, se desiludiu foi isso... não, não é isso!
Não foi desilusão, nem falta de paixão, nem falta de amor, pelo contrário, só não acredito mais na fórmula perfeita de felicidade, não acredito na felicidade enlatada dos comerciais de TV e das comédias românticas, não acho que esse tal de amor que alguns dizem intangível, possa ser assim tão presente...
Ou vai me dizer que as vezes você não acorda assim também? Achando que é só mais um dia comum, como outro qualquer? Ou que quando seu chefe não reconhece seu trabalho, ou quando você perde o ônibus, justo naquele dia em que você está atrasado, e ainda por cima pega trânsito no caminho, você está repleto de amor?
Não é possível gente que ama o tempo todo, que está feliz o tempo todo, isso não existe! Sendo bem sincera odeio essa felicidade de fachada, acho até que ela me irrita...
Por muito tempo acreditei que viveria um amor desses de cinema com final feliz, mas talvez um pouco de lucidez, e mesmo uma dose de realidade resolveram me visitar e me dei conta que é bem improvável viver algo assim, afinal a vida real é bem diferente disso, você pode dormir com o príncipe encantado ao seu lado, mas não se engane pela manhã ele terá mau – hálito, e a panicat aquela gostosona da TV, vai me dizer que você acha mesmo que ela é perfeita, que acredita que ela não tem TPM?
Todos somos humanos e cometemos erros, e temos defeitos, e qualidades... todos acordamos vez ou outra mal-humorados, decepcionados, mesmo sem motivo algum para tristeza... afinal não é possível ser feliz o tempo todo...
Pensando bem dever ser a crise dos 27! Putz! Esqueci de acordo com o “show de Truman” só existe a crise dos 30, dos 40, de meia idade.... ah mas me desculpe o mundo midiático, eu tenho crise, não uma para cada década, e sim uma para cada dia, no mínimo, tem dias até que acordo amando mais e sem motivo algum, mas sabe é que ultimamente o amor... bem, o amor me cansa!
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Vestígios seus...
Por que os finais são assim tão complicados? Por que é tão difícil assim vivenciar o luto de um grande amor... Sim um grande amor não correspondido.
Olhar teus retratos, ouvir tuas histórias, há quem diga que é masoquismo, há quem diga que é uma forma de tentar estar perto, há quem entenda as loucuras de um coração apaixonado, que não quer se desapaixonar...
Talvez não tenham sido as vivências, nem temos tantas grandes histórias assim... Na verdade todas elas foram pequenas e curtas demais, rápidas demais. Mas marcaram profundamente minhas lembranças, meus sonhos, minhas expectativas, meus dias, minha vida.
Houve um tempo que suas lembranças me consumiam, mas de uns tempos pra cá você deixou de ser só lembrança e a sua proximidade voltou a ser real. Mas agora está tudo diferente, está tudo mudado, sua presença está ausente. Esta nova versão sua, não é tão enigmática e sedutora como antes, é uma versão desinteressada, fragilizada, insegura, que não quer mais jogar aquele jogo mortal, onde um sempre saía ferido, mas acabava por perdoar o agressor...
Dizem tantas coisas dessas histórias assim, com desfechos infelizes, inclusive que sofrer é uma forma de se manter apaixonado, como eu digo é difícil desapaixonar, é difícil não sentir sua ausência, é difícil o luto de um grande amor...
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